segunda-feira, 9 de maio de 2011

Meu filho modelo!


Você quer? Em primeiro lugar, o desejo tem de partir da criança, não apenas dos pais. Na verdade, não há problema em desejar que a filha siga os passos de Gisele Bündchen na passarela. Mas é preciso ficar atenta aos riscos que a profissão envolve. Atualmente, existe uma idealização do universo do showbiz. Introduzir a criança nesse meio, um lugar ao qual ela não pertence, é visto como uma grande oportunidade mas é preciso cautela.



Beleza Interior: Um dos principais problemas que rondam o mundinho fashion é a valorização excessiva da beleza exterior. Ser bonito não é ruim, mas a criança tem de aprender a valorizar outras qualidades. Num meio em que a concorrência é acirrada, enxergar a beleza interior é questão de sobrevivência. Temos múltiplas possibilidades. Se não somos bons aqui, podemos nos dar bem ali. Mas, se o foco é único, existe o risco de outras qualidades serem esquecidas. Assim, quando a carreira não deslancha, não resta mais nada.

Questão de escolha: Mesmo que a criança aparente gostar dos flashes é função dos pais saber o limite. O que inclui quando iniciar a carreira, quanto trabalhar e também à hora de parar. Decisões que têm de se basear em critérios a longo prazo.O ideal é que a profissão não seja parte da rotina, apenas uma atividade esporádica.

Comportamento: É bom lembrar, ainda, que uma criança não tem discernimento para saber o que é melhor para si. Algumas se pudessem escolher, só comeriam batata frita e hambúrguer. O que não acontece porque os pais proíbem. Assim, seu filho pode dizer que deseja ser modelo, mas é você quem vai decidir, até porque, no showbiz, a criança terá de lidar precocemente com coisas de gente grande, como egos inflados, competitividade e rejeição. Então, melhor estar preparada. Receber um não como resposta é comum, mesmo para modelos mirins de prestígio.

Luz, Câmera...... Buáááá: Todas as crianças são lindas, as nossas especialmente. O que não significa que o seu filho seja um modelo em potencial. Não é apenas a beleza que conta. A criança tem de ser sorridente, fotogênica e desinibida. No caso dos bebês, é quase imprevisível. Eles podem se portar bem nos testes, mas chorar durante a sessão de fotos. Alguns, no entanto, sentem-se à vontade com os flashes desde cedo.

Muitos começaram cedo. Não faltam histórias de sucesso: Angélica, Sandy & Junior, Britney Spears. Mas há também exemplos menos glamourosos, como a atriz norte-americana Mary-Kate Olsen, 19 anos, que estreou nas telas ainda bebê. Ao lado da irmã gêmea Ashley, acumulou uma fortuna avaliada em US$ 300 milhões. Atualmente, Mary-Kate luta contra a anorexia.

A melhor maneira de evitar esse e outros riscos que a profissão envolve é o apoio contínuo da família. Com bom senso e respeito pela criança, a vida de modelo pode ficar na memória dela apenas como uma experiência divertida. É assim que deve ser.